Fornecedoras da Embraer buscam certificação para atender Boeing
17.09.2018
Cerca de 50 companhias procuram certificações de mercado para, após a conclusão do negócio entre Embraer e Boeing, disputarem como fornecedoras da empresa norte-americana; Ciesp quer mais competitividade
Empresas fornecedoras da Embraer buscam certificação internacional para atender requisitos da Boeing, que formará com a fabricante brasileira uma joint venture na aviação comercial.
Cerca de 50 companhias procuram as certificações do mercado para, após a conclusão do negócio, fornecerem para a joint venture, que será controlada pela Boeing.
Segundo fontes do setor, a certificação é o primeiro passo para empresas do Vale brigarem por um mercado global e altamente competitivo. Mas não é a única etapa.
“Há certificações que são padrão, que a empresa faz num sistema mundial, mas isso não garante nada. É o mínimo necessário”, alerta Cesar Augusto Teixeira, proprietário da Akaer e diretor do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) em São José dos Campos.
“O importante é a empresa ter capacidade técnica e financeira de fazer a produção de forma competitiva”, diz.
Segundo ele, a cadeia emprega cerca de 4.000 pessoas e convive, hoje, com uma queda de demanda por parte da Embraer de até 90%. O acordo com a Boeing pode significar a alavanca que o setor precisa para voltar crescer, por isso a reivindicação de apoio das fabricantes e do governo brasileiro.
“O governo tem que pensar não apenas na parte estratégica, de defesa, mas também na questão de empregos no país”, cobra Teixeira.
‘Embraer tem que arrumar irmão mais forte para enfrentar o futuro’, diz Mano
Para Alberto Alves Marques Filho, o ‘Mano’, secretário de Inovação e Desenvolvimento Econômico de São José, o acordo com a Boeing é passo em direção ao futuro. “A questão é comercial. A Embraer é craque na tecnologia. A Boeing não tem expertise no mercado de jatos médios, liderado pela Embraer. É juntar a fome com a vontade de comer”.